sábado, 17 de novembro de 2007

Pilotos destrataram controladora de Congonhas

O caos aéreo aumentou a tensão de pilotos e controladores de vôos. Uma gravação obtida pelo 'Globo' mostra um bate-boca entre dois pilotos da TAM e uma controladora da torre de operações do Aeroporto de Congonhas, que não lhes deu permissão de decolagem porque estavam um minuto além do horário de fechamento da pista, que é 23h, de acordo com a lei.


- Segundo a norma judicial, senhor, uma portaria que a gente tem, após o "zero-zero" (23h) não pode decolar mais ninguém. E agora já são "zero-uno" (23h01m), "zero-uno" - diz a controladora.

Os pilotos protestam. Um deles lembra que vai ser "um transtorno para todo mundo, para os tripulantes, para os usuários do sistema".

- Será que não poderia haver um pouquinho aí de colaboração, não? - diz o piloto do Airbus 3470.

Diante da negativa, os pilotos ficam mais irritados:

- Vocês trabalham muito mal. São péssimos controladores. Vou te falar uma coisa, hein? Porra! - diz o piloto do Airbus 3240.

A controladora mantém-se formal, passando orientações e usando o tratamento "senhor". No fim dos procedimentos, os pilotos ainda brincam, em tom jocoso, que seriam presos pelas ofensas:

- Vamos ganhar cadeia, hein? Vamos ganhar o mês e vamos pegar cadeia - ironiza o piloto do Airbus 3470.

A TAM não quis se pronunciar sobre o episódio, que ocorreu no dia 25 de outubro. O Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) condenou a atitude dos pilotos. De acordo com o comandante Carlos Camacho, secretário de Segurança de Vôo do SNA, a controladora agiu corretamente.

Na conversa, a controladora afirma que eram 23h01m e os pilotos afirmam ser 23h ou 22h59m, de acordo com os relógios de suas aeronaves. Para Camacho, o relógio que vale é o da torre.

A FAB também saiu em defesa da controladora, que não respondeu às provocações dos pilotos da TAM. O setor de comunicação da Aeronáutica (Secomsaer) afirmou que a controladora agiu profissionalmente e cumpriu uma norma operacional do aeroporto.

Para a FAB, esse tipo de diálogo ofensivo foge à normalidade do que é mantido entre os pilotos e as torres de comando.

Fonte: O Globo

Nota do Editor: Parece-me que a política arrogante dessa empresa aérea está contaminando alguns de seus funcionários. Lamentável.

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