segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Garças ameaçam ecossistema de Fernando de Noronha

Superpopulação dessas aves preocupa especialistas e também atrapalha tráfego aéreo.

Técnicos do governo e de universidade estão sacrificando pássaros.


Técnicos do Ministério da Agricultura e de uma universidade de Pernambuco decidiram sacrificar parte das garças que vivem no arquipélago de Fernando de Noronha. Segundo especialistas, a superpopulação das aves ameaça o ecossistema e coloca em risco os vôos que chegam e saem da ilha.

As garças se concentram ao lado da pista do aeroporto. Bem pertinho, a 400 metros de onde decolam e pousam os aviões, fica a unidade de tratamento de lixo da ilha, local preferido de alimentação dessas aves.

As garças são aves migratórias. O problema é que elas se adaptaram tanto a Fernando de Noronha que viraram residentes. A população dessas aves tem crescido de forma assustadora. Há 15 anos, foram observadas sete garças. Em 2003, havia 400. Neste ano, de acordo com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a estimativa é de que chegue a quase mil - uma população exagerada para o espaço físico do arquipélago e que pode colocar em risco a preservação do ecossistema.

Ação planejada

O chefe do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha, Marcos Aurélio, explica que foram seguidas instruções do Ministério do Meio Ambiente para controlar a população de garças. "Elas se sobrepõem às espécies nativas, sobretudo às aves marinhas, e se alimentam de ovos e filhotes. Além disso, estão pondo em risco um outro lagarto", afirma.

Toda a ação foi planejada. As garças são atraídas pelo lixo orgânico da unidade de tratamento. Um telão permite aprisioná-las no fim do dia. À noite, elas são sacrificadas.

As aves são capturadas, anestesiadas e, só depois, recebem a injeção letal. A meta é reduzir em 90% a quantidade de garças e permitir a convivência dessas aves no arquipélago, sem prejuízo para o meio ambiente.

Fonte: G1

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