quarta-feira, 2 de abril de 2008

Indenização em acidente aéreo: senta e espera

Partes fecham acordo 43 anos depois de início do processo

As três filhas de uma vítima de acidente aéreo e o proprietário de um dos aviões envolvidos no acidente fecharam acordo em cartório para o pagamento de indenização. Detalhe: o acordo foi fechado 46 anos depois do acidente. O valor de indenização acordado é de R$ 4,4 milhões. O acordo deve, agora, ser homologado pela Justiça paulista, onde tramita o processo judicial desde 1965.

As filhas da vítima, na época do acidente, tinham menos de 10 anos. Hoje, todas têm mais de 50 anos. A mãe delas, que iniciou o processo judicial, já morreu.

O acidente aconteceu em 26 de novembro de 1962. Um avião comercial da Vasp colidiu, em pleno vôo, com um avião de turismo de propriedade do brasileiro James Tze-Qu Yung. No acidente, morreu o pai das três então meninas e o irmão de Yung.

Em 26 de novembro de 1965, a viúva, representando as três menores, ajuizou pedido de indenização na 14ª Vara Cível do Fórum Central de São Paulo. O pedido foi feito contra a Vasp e contra Yung. Quarenta e três anos depois, há apenas decisão de primeira instância e recursos pendentes de julgamento no Tribunal de Justiça.

No dia 27 de março, Yung e as filhas das vítimas decidiram, então, dar fim ao processo judicial e fechar acordo. O valor a ser pago, à vista, foi acordado em R$ 4,4 milhões. As partes se comprometeram a pedir na Justiça a homologação do acordo e o fim do processo judicial. Fica ressaltado, no entanto, que Yung não admite a responsabilidade pelo acidente. Como a Vasp não fez parte do acordo, o processo judicial das filhas da vítima contra ela deve continuar.

As filhas da vítima são defendidas pelo advogado André Carmelingo, do L.O. Baptista Advogados.

Fonte: Revista Consultor Jurídico, 2 de abril de 2008

Informações sobre o acidente

O avião da VASP - antes do acidente - no Aeroporto de Congonhas

Data: 26/11/1962
Operador: VASP
Aeronave: Saab S-90 Scandia
Matricula: PP-SRA
Local do acidente: Próximo a Paraibúna (SP)
Fase de operação: Cruzeiro
Ocupantes/Fatalidades: 23/23+[4]
País da aeronave: Brasil
País do acidente: Brasil

Histórico do acidente:

O Scandia da VASP fazia mais uma etapa da Ponte-Aérea São Paulo-Rio de Janeiro, mantendo a aerovia AB-6 com plano de vôo IFR. Em sentido inverso, do Santos Dumont para o Campo do Marte, vinha o Cessna 310 de prefixo PT-BRQ.

O pequeno Cessna voava na mesma aerovia, porém com plano de vôo VFR. O piloto desta aeronave mantinha a mesma altitude que o Scandia.

Os dois aviões colidiram, caindo próximo da cidade de Paraíbuna.

Além dos quatro ocupantes do Cessna, no Scandia morreram os pilotos Manoel Carlos Pinto e Jack Torres Soares, radiotelegrafista Edson de Miranda e Silva, o comissário e os dezoito passageiros.

Fonte: JetSite

5 comentários:

  1. Alguém sabe dizer quem eram os passageiros do vôo da Vasp que morreram. Faço pesquisas genealógicas sobre minha família e procuro por notícias de um parente que teria morrido, provavelmente, neste vôo. Seria o ator de teatro Silo Costa. Se alguém tiver notícias, por favor, entre em contato com alexandrathedim@gmail.com.
    Obrigada

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    1. Esse avião caiu na fazenda de meu bisavô, meu avô jovem na época se lembra totalmente e foi testumunha do ocorrido, ele me conta que toda a tripulação e passageiros do aviao da vasp vieram a óbito, meu proprio avô chegou a ir tentar buscar vitimas com vida no acidente, mais a cena era de total devastaçao e nao havia vitimas com vida. Uma grande fatalidade para a história da aviação brasileira

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  2. Este acidente do Scandia,eu acompanhei.A minha mãe conhecia a mãe do Comdte Jaks Torres e a minha tia e prima,conheciam o Comdte Medina.Eu era criança e mãe do Comdte Jaks torres,frequentava a casa dos meus pais e ia visitar a Dna.Glorinha,sua mãe.Lamentável,considerando que eram pilotos bem experientes,coisas do destino.Obrigado.

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  3. Alessandra, Sou Cynthia Pedrosa sobrinha do Cilo Costa que morreu nesse acidente junto com meu avô Antonio Simões da Costa. Voce deve ser parente por parte de minha avó, Maria Amelia Thedim Costa, que perdeu marido e filho no acidente. Minha mãe, Neyde Costa, irmã do Cilo, ainda é viva e mora comigo no Rio de Janeiro. Meu e-mail, cpedrosa@centroin.com.br. abs, Cynthia

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  4. Lendo os comentários de família das vítimas, é notável como algo mesmo ocorrido tantos anos atrás de forma trágica, é uma ferida que nunca se cicatrizará. Meus sentimentos à todos.

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