terça-feira, 2 de outubro de 2007

Vôo 1907: familiares relatam falta de apoio oficial

28/set

Luciana Siqueira, diretora da Associação das Famílias das Vítimas do vôo 1907 da Gol e irmã de uma das vítimas, disse que encontrar respostas e conseguir apoio de órgãos oficiais foram algumas das principais dificuldades encontradas pelos familiares das vítimas do acidente. A aeronave caiu, matando 154 pessoas, depois de se chocar contra um jato, em pleno ar, no dia 29 de setembro de 2006.

"Depois de um acidente desse nível, que nós passamos, você fica órfão, porque não tem um órgão responsável que possa te amparar numa hora dessas, ajudar essas famílias, trazer informações oficiais", afirmou.

Luciana, que perdeu o irmão Plínio Luiz de Siqueira Junior, diz que este foi um ano de "bater em portas" para conseguir estabelecer uma comunicação com órgãos como o Ministério Público e os ministérios da Justiça e da Defesa. "Infelizmente são órgãos que não têm pessoas capacitadas para o setor, e a gente encontrou muita irresponsabilidade, muita incompetência nesse ano todo", afirmou.

Outra crítica à forma como o governo como um todo cuidou do assunto é dirigida à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Luciana Siqueira diz que os familiares das vítimas encontraram "dificuldades terríveis" na Anac. Ela lembra que os parentes das vítima do acidente com o avião da Gol se uniram aos das vítimas do acidente da TAM, ocorrido dez meses depois, para pedir apoio à CPI da Câmara.

"Estivemos na CPI, junto com os familiares da TAM, pedindo para o relator, (o deputado federal Marco Maia), que os dirigentes da Anac fossem destituídos, mas agora no relatório final ficamos muito desapontados", disse.

De acordo com Luciana Siqueira, as homenagens que serão prestadas neste sábado na Serra do Caximbo serão dirigidas especialmente para o dono da Fazenda Jarinã, "que deu todo o suporte para a Aeronáutica na época", e aos índios da área.

"A gente não quer que mais pessoas passem novamente por isso. E quando você entra nessa história, você não vê mais como um passageiro comum, você tem uma visão crítica de tudo que tem por trás, então você não acha mais seguro. Tem que mudar as coisas para ter segurança. É isso o que a gente deseja", conclui.

Fonte: Agência Brasil

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