sexta-feira, 25 de abril de 2008

Marinha e bombeiros mantêm buscas por padre desaparecido

Adelir de Carli decolou no domingo, de Paranaguá, para vôo com balões de gás.

Na quinta-feira, família alugou avião de pequeno porte para reforçar busca.


As buscas pelo padre Adelir de Carli no litoral de Santa Catarina entram no quinto dia consecutivo nesta sexta-feira (25). O religioso desapareceu na noite de domingo (20), durante um vôo com balões de gás coloridos.

O comandante Lopes Vianna, da Capitania dos Portos, diz que há esperanças de localizar o religioso com vida. "Enquanto permanecerem as buscas, há esperança", diz. "Nos primeiros dias, o tempo não estava bom, o mar estava com ondas muito altas. Mas, nos últimos dias, tem havido uma melhora."

A Aeronáutica não participa mais do resgate. A Marinha usa dois navios e um helicóptero. Os bombeiros devem trabalhar em barcos infláveis. "Vamos usar embarcações que chegam a todo lugar, assim podemos rastrear até áreas de difícil acesso", diz Johnny Coelho, do Corpo dos Bombeiros.

Ele participou de uma viagem em um avião de pequeno porte alugado pela família, na quinta-feira (24). "Encontramos de dez a 12 balões durante o vôo e apontamos para a Marinha alguns locais que devem ser investigados", afirmou Coelho.

Pedido de ajuda

No domingo pela manhã, com chuva, o padre Adelir de Carli rezou uma missa especial em Paranaguá (PR). Às 13h, mesmo com o tempo ruim, ele decolou, com mil balões de gás coloridos. O objetivo era divulgar a religião e a Pastoral Rodoviária.

O vento forte levou o padre até o mar de Santa Catarina. O último contato foi feito por volta das 21h.

Planejamento

Amigos dizem que Carli sempre gostou de esportes radicais, mas especialistas afirmam que faltou cautela no planejamento da viagem com balões coloridos. O empresário José Agnaldo de Moraes, que ajudou a planejar a viagem, diz que o religioso sabia o que estava fazendo. “Ele tinha bastante água, tinha barras de cereais, cápsulas energéticas para agüentar um dia, um dia e meio tranqüilamente”, afirma.

De acordo com Mauro Chemim, piloto de balão com 15 anos de experiência, o padre não deveria ter decolado com chuva. "Ele decolou de lugar errado e não tinha suporte técnico de meteorologistas."

Primeiro vôo

O padre já viajou do Paraná para a Argentina no dia 13 de janeiro deste ano. Ele levantou vôo na cidade de Ampére (PR). Os balões atingiram 5,3 mil metros de altitude e o vôo durou quatro horas. Para se aproximar do chão e pousar, o padre usou um estilete: foi furando e soltando uma parte dos balões.

A assessoria de imprensa da Aeronáutica informou ao G1 que o vôo com balões de gás coloridos como o planejado pelo padre não é regulamentado e que ele não pediu autorização para a viagem de domingo.

Fonte: G1

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