sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Governo alemão rejeita scanners corporais nas revistas de aeroportos

A imagem registrada pelo novo scanner

O Governo alemão expressou hoje sua rejeição à utilização nos aeroportos de scanners corporais que permitem ver o corpo nu dos passageiros, como propôs a Comissão Européia (CE).

"Posso lhes dizer com toda a certeza que não vamos participar deste disparate", respondeu a porta-voz do Ministério do Interior alemão, Gabriele Hermani, perguntada sobre esta questão.

Ela acrescentou que o ministro, Wolfgang Schäuble, abordará este assunto em Bruxelas para evitar a implantação destes scanners em toda Europa.

As críticas ao novo sistema de segurança ocorrem na Alemanha desde ontem, tanto por parte de políticos do co-governamental Partido Social-Democrata (SPD) como dos partidos da oposição A Esquerda, os liberais do FDP e os Verdes.

O analista de Interior do SPD Dieter Wiefelspütz classificou o procedimento de "duvidoso e desproporcional", em consonância com o liberal Max Stadler, que criticou que o scanner corporal "vai demais longe" e "supera todos os limites da vergonha".

Por parte dos Verdes, sua co-presidente, Claudia Roth, atribuiu à Comissão Européia uma "obsessão doentia pelo controle", enquanto seu correligionário Wolfgang Wieland aludiu à "humilhação em massa" que significaria para os passageiros se submeterem a um "striptease eletrônico forçado".

"Os aeroportos não são uma praia nudista, nem os passageiros atores em um espetáculo de striptease", criticou também Ulla Jelpke, da Esquerda.

O Parlamento Europeu (PE) considerou ontem que esse tipo de scanner corporal pode ter um "sério impacto" sobre os direitos fundamentais dos cidadãos.

Estes scanners, que já são usados nos aeroportos europeus de Schipol (Amsterdã), Londres e Zurique, geram uma imagem em preto e branco do corpo nu do viajante, que permite aos serviços de segurança comprovar se ele transporta, por exemplo, armas ou droga sob a roupa.

A Comissão Européia, por sua vez, defendeu a introdução dos scanners argumentando que melhorariam a segurança e beneficiariam os passageiros.

Fonte: EFE - Imagem: livenews.com.au

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