sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Dois pilotos de parapente são vítimas do cerol em Niterói

O uso de cerol na linha das pipas é proibido há muito tempo por lei, mas muita gente não cumpre a determinação. Depois dos acidentes, quem pratica o esporte está com medo de voar.



As pipas dão um colorido a mais no céu e fazem a alegria de crianças e de adultos, mas o uso do cerol, uma mistura de cola e vidro moído, transforma a brincadeira em crime. Só nos últimos dez dias, o cerol usado na linha das pipas provocou dois acidentes envolvendo pilotos de parapente em Niterói.

Na semana passada, Rafael Abreu, de 21 anos, decolou do Parque da Cidade e, durante o vôo, teve problemas por causa de uma pipa. No parapente que o rapaz usava, as cordas são fabricadas com o que há de mais moderno, e cada fio suporta até 200 quilos. Mas em contato com o cerol, ele se rompeu e o piloto caiu de uma altura de 30 metros.

Rafael teve que ser internado em um hospital e teve alta na manhã desta sexta-feira (1). O outro acidente foi mais grave. O piloto Ricardo Silva Amorim está internado no CTI de Niterói. Sílvio Faria Lima é instrutor e há 13 anos voa de parapente. Ele conta que também já foi vítima das linhas de pipa. “Eu tive um problema, só que para minha sorte não abalou a estrutura do equipamento”, revela.

Depois dos acidentes, quem pratica o esporte está com medo de voar. O cerol usado nas linhas das pipas também é um risco para pedestres e, principalmente, para motoqueiros. Só na Linha Amarela, na última semana, 16 pilotos se acidentaram por causa de pipas na via expressa.

O Corpo de Bombeiros tem orientações para soltar pipas com segurança. A primeira é justamente não usar cerol, evitar soltar pipas perto de fios e de aeroportos e na beira de estradas e rodovias. Não soltar em cima de lajes e, caso a pipa fique presa, não subir em telhados ou postes.

“A pipa gera uma preocupação. Até, porque na cultura brasileira não tem como você evitar isso. O que existe, em termos de prevenção, seria os pais chegarem para os filhos e proibirem, até propriamente, o cerol”, afirma o piloto parapente Rogério Cantelmo.

Fonte: RJTV 1ª Edição (TV Globo)

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