quarta-feira, 9 de julho de 2008

Frota de helicópteros cresce mais em BH do que em SP

Sofisticados, rápidos e muito caros, os helicópteros que disputam o mercado aéreo em São Paulo, meio de transporte preferido de empresários sem tempo a perder, e também de famosos, dispostos a fugir do congestionado tráfego, despontam como um novo mercado em Minas. Nos últimos quatro anos, o número de aeronaves no estado cresceu 18%, superando o aumento de 12% registrado em São Paulo, maior mercado do país com 477 helicópteros registrados, e também o crescimento da frota nacional, de 13%.

De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), há 118 aeronaves em Minas e 49 helipontos – apenas um deles, no Palácio das Mangabeiras, é público. São Paulo é a única cidade brasileira que necessita de autorização para pousos e decolagens de helicópteros, devido ao tráfego, que até no ar se tornou congestionado. Em determinadas regiões da capital paulista, o número de helipontos chegou ao limite. Na opinião de especialistas, Minas é um mercado que, ao contrário, tem potencial para expandir e, por isso, atrai investimentos.

“Não existe em Belo Horizonte empresas de táxi-aéreo operado por helicóptero. Vamos inaugurar a HTA até o fim do ano”, diz William Carlos de Andrade, dono da Helit, empresa especializada na manutenção de helicópteros, apostando na demanda garantida. Para quem quer conforto e rapidez, a hora do serviço custará cerca de R$ 3 mil.

Em Belo Horizonte, helipontos privados já podem ser observados em bairros da cidade, especialmente na zona Sul, como a região do Belvedere. Mundialmente, o mercado é liderado por dois grandes fabricantes, a americana Helicópteros Bell e a franco-alemã, Eurocopter. O preço de um modelo, considerado entre os mais simples, bastante utilizado no Brasil e predominante na aviação civil, em Minas Gerais, o Robinson 44, para três pessoas, mais o piloto, custa em média US$ 700 mil, com uma autonomia de vôo que chega a três horas. “Mas existem também versões mais básicas, com dois lugares, do mesmo fabricante, a partir de US$ 300 mil”, informa o presidente do Aeroclube de Minas Gerais, Rui de Souza Gomide. Já o modelo Esquilo, fabricado pela Eurocopter, com capacidade para cinco lugares, mais o piloto, custa em média US$ 2,7 milhões. São os preferidos da Polícia Militar. “Para comprar um helicóptero novo é preciso encomendar. O prazo de espera é de aproximadamente dois anos. Aeronaves usadas são encontradas com uma certa dificuldade”, comenta o piloto-executivo e instrutor de vôo, Luiz Henrique Telles de Oliveira.

Preços vão até US$ 3 milhões em MG

William Andrade, que é o responsável pela manutenção da frota do estado, inclusive a militar, aponta que existem de máquinas simples a helicópteros sofisticados de mais de US$ 3 milhões em Minas. “Observamos, que por enquanto, os executivos do estado que investiram na compra de um helicóptero, utilizam a máquina para lazer e turismo e menos para negócios. Este perfil está mudando devagar.” Ao contrário do que pode-se pensar, jovens já fazem parte do perfil destes investidores. “A maioria dos proprietários tem acima de 50 anos mas, em Minas, temos pessoas com pouco mais de 30 anos que já têm o seu helicóptero.”

No caso dos helicópteros, a manutenção preventiva deve ser perfeita. “No ar não existem acostamentos”, brinca Andrade. A manutenção de um modelo R44, por exemplo, é de US$ 500, incluindo também no custo, o piloto, garagem, seguro. Um detalhe: são US$ 500 por hora.

Na outra ponta, quem também está satisfeito com o mercado são os pilotos. Rui de Souza Gomide, explica que o curso de formação tem procura crescente em Belo Horizonte, diferente do que ocorria no passado. “Quando fiz o meu curso de formação , há 10 anos, tive que ir para São Paulo”, lembra Luiz Henrique de Oliveira, 30 anos, piloto-executivo desde os 19. De acordo com ele, que divide o dia em dois trabalhos, o salário inicial, por 40 horas semanais ,é de R$ 6 mil. Com um pouco mais de experiência, o piloto chega a R$ 12 mil. “Minas Gerais tem uma grande demanda. Não falta trabalha”, comenta Luiz Henrique que já acumula 5,7 mil horas de vôo. Para se tornar um piloto de helicópteros, o investimento é alto. Como explica Gomide, o curso teórico custa em média R$ 1,6 mil, com um ano de duração. O mínimo exigido para o profissional são 100 horas. O preço por hora, para o aprendiz, é de R$ 700.

Conforto, agilidade, proteção contra a violência são as vantagens apontadas por quem usa o helicóptero. “Apesar de caro, a demanda é grande. Essa é a máquina de transporte mais perfeita criada pelo homem. É segura e precisa”, diz Gomide.

Fonte: Marinella Castro (Estado de Minas)

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