sábado, 19 de julho de 2008

Delegado diz que inquérito de acidente da TAM foi o mais difícil de sua carreira

Antônio Carlos Barbosa afirmou que inquérito já tem 50 volumes e 13 mil páginas.

Perito do IC disse que laudo deve estar concluído em setembro.

O delegado Antônio Carlos Barbosa, responsável pelo inquérito que apura as causas do acidente com o vôo JJ 3054 da TAM, disse nesta sexta-feira (18) que o trabalho de apuração do crime ocorrido há um ano foi o mais difícil de sua carreira.

Perito criminal do IC e delegado participam de reunião com parentes de vítimas

"A Polícia Civil não tem gerência sobre a aviação. Tivemos que fazer diversos precatórios. Tinha muito gente do Rio, de Brasília", disse. O delegado participa nesta manhã de um encontro com parentes das vítimas do acidente no auditório de um hotel na Zona Sul de São Paulo. A imprensa não pode participar da reunião, que ocorre a portas fechadas.

Segundo o delegado, até o momento, 310 pessoas foram ouvidas no inquérito, que tem 50 volumes e cerca de 13 mil páginas. "Também foi um dos maiores que eu já fiz até hoje", acrescentou.

Questionado sobre a demora na conclusão das investigações, o delegado reafirmou que depende da conclusão do laudo do Instituto de Criminalística (IC) para finalizar seu trabalho. Ele afirmou que ainda faltam algumas pessoas serem ouvidas por carta precatória, mas que – caso o laudo fosse entregue – o problema poderia ser resolvido com os depoimentos realizados pela CPI do Apagão Aéreo.

Barbosa também voltou a afirmar que o inquérito deve apontar em torno de sete pessoas como responsáveis pelo maior acidente da aviação brasileira – entre omissão e culpa. "Este número não está fechado. Vai depender ainda do laudo do IC. Mas acredito que vá ser algo em torno disso."

Manetes

Também presente ao encontro com os parentes das vítimas do acidente da TAM, o perito do IC responsável pelo laudo, Antônio Carvalho, disse que o documento ainda não está concluído porque "está faltando a parte mais complexa, mas complicada", que é o sistema de comando das manetes. "O posicionamento, a sistemática da operação, a combinação de fatores (ainda estão sendo analisados)."

Questionado sobre se o laudo poderia ser inconclusivo em relação à culpa do piloto ou a um problema técnico das manetes, o perito disse que pretende concluir o resultado. "Esse negócio de falar em erro do piloto é muito primitivo. O piloto treina todo dia aquilo [uso de manetes]. Então o que a gente está vendo, é o que teria feito [ele] tomar esse procedimento de forma errada. Por exemplo, se você pega um copo de água cheio em uma das mãos e com a outra tenta enfiar uma chave na porta para abrí-la, uma das coisas vai dar errado. Pode ter sido isso", afirmou. Segundo ele, o laudo deve ser concluído até setembro.

Fonte: G1 - Foto: Patrícia Araújo (G1)

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