terça-feira, 3 de junho de 2008

Empresas aéreas não reduzem preços das passagens para América do Sul

Apesar da Anac ter autorizado descontos de até 80%, a medida não surtiu efeito.

Especialistas atribuem passagens caras ao fato da demanda estar maior do que a oferta.




Quem quer viajar para países da América do Sul ficou contente com uma boa notícia: a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) autorizou as companhias aéreas a dar descontos de até 80% nos preços das passagens.

Mas quem foi comprar as passagens para lugares como Buenos Aires, Santiago ou Lima ficou desapontado com uma má notícia, na prática não há desconto algum.

Poderia ser uma boa novidade para quem viaja pelo continente. A Anac liberou descontos de até 80% nas tarifas para países sul-americanos, sobre os valores de referência da Associação Internacional de Transporte Aéreo. Mas a medida ainda não surtiu efeito. A Associação Brasileira de Agências de Viagens, em nota, diz que não registra redução tarifária nos vôos do Brasil para os países da América do Sul.

Demanda aquecida

“É uma ilusão achar que vai acontecer o barateamento das tarifas imediatamente. Os aviões hoje estão cheios, a demanda está aquecida, então, não há motivos para baixarem os preços”, diz o presidente da Abav, Carlos Alberto Amorim Ferreira.

O desconto libera as companhias a vender uma passagem de São Paulo para Buenos Aires por até R$ 123, de acordo com a Anac. Mas nas agências de viagens e pela internet, as mais baratas estão o dobro deste valor.

Para quem viaja, o importante é saber quando as tarifas vão começar a cair. E a notícia não é boa. Os especialistas em aviação atribuem as passagens caras ao fato da demanda estar maior do que a oferta. Enquanto os aviões saírem lotados como para a Argentina, os preços vão continuar salgados. E para resolver isso, só aumentando o número de freqüências, que depende de acordos bilaterais entre os dois países.

“Não podendo aumentar o número de freqüências acaba tendo uma demanda maior do que os assentos que elas conseguem oferecer e isso ocorrendo não é um espaço efetivamente para a queda de preço”, afirma o professor do Ibmec Sérgio Giovanetti Lazarini.

Mas para o Chile e o Peru, segundo a Anac, há autorizações para novos vôos que não estão sendo usadas. As companhias poderiam aumentar a oferta, o que ajudaria a baixar os preços.

Petróleo em alta

O Sindicato das Empresas Aéreas diz que nem isso resolveria. Com o petróleo em alta está difícil dar desconto. “Não há garantia porque o barril do petróleo mais do que dobrou o preço de junho do ano passado para junho desse ano e ele significava de 30% das despesas da empresa aérea, hoje está em torno de 45%”, explica o presidente do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias, José Márcio Monsão Mollo.

Enquanto isso, a estudante Vanusa Ferreira da Silva vai ter que continuar sonhando com a neve em Bariloche. “Precisa colocar em prática esse desconto, né? Vou ficar esperando agora, vou ficar na expectativa. Será que isso vai pegar? Se pegar vai ser ótimo.

Fontes: G1 / Jornal da Globo

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