quinta-feira, 5 de junho de 2008

Mercado de jatos cresce e conquista empresas e famosos

Dados da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag) mostram que o mercado brasileiro de jatos executivos cresce cerca de 150 aeronaves por ano. Esta estimativa compreende os aviões comprados por empresas de táxi aéreo e por particulares. O destaque fica por conta do mercado movimentado por particulares, que, segundo a Abag, cresce em ritmo maior que o de fretamento de aviões.

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"O táxi aéreo nem sempre consegue atender à necessidade das empresas, pois há poucos aviões no País para muitos clientes", diz o vice-presidente da entidade, Adalberto Febeliano. Por isso, empresários e famosos partem para a compra de seu próprio jato.

Mas quem compra jatos executivos que valem entre US$ 2 milhões a US$ 60 milhões e possuem altos custos de manutenção? De acordo com Febeliano, são empresas, principalmente de construção pesada, mineração e financeiras; e profissionais que precisam de agilidade.

O vice-presidente da Abag afirma que, para um particular comprar uma aeronave deste tipo, precisa ser uma "pessoa jurídica ambulante". Na lista dos brasileiros que são donos de jatinhos estão os pilotos de F-1 Nelson Piquet, pai e filho, e Rubens Barrichello, além do executivo Eike Batista, dono do grupo EBX.

"O executivo o utiliza porque, aonde vai, faz negócios. Um jato desses não é somente sinônimo de sucesso, mas também de economia", analisa. Por isso, explica Febeliano, esses aviões são verdadeiros escritórios.

"Possuem telefone e Internet, e com a vantagem que ninguém atrapalha. Quem compra um deles pode levar um diretor comercial, financeiro e de marketing para discutir estratégias, quando na aviação comercial não se sabe se o concorrente está ouvindo ao lado".

Febeliano cita o crescimento contínuo da economia e a valorização do real, que barateou preços cotados em dólares, como fatores que estimulam o crescimento das vendas. Adicione-se a este cenário as limitações do mercado nacional. "Dos mais de cinco mil municípios do País, somente 130 cidades possuem aviação regular", lembra.

Mercado

Os jatos executivos já respondem por 16% faturamento anual da fabricante brasileira Embraer, que pretende fazer com que o segmento suba para 25% nos próximos dez anos.

Para isso, a empresa lançou no mês passado duas novas aeronaves no segmento: o Legacy 450 e o Legacy 500. O primeiro custa US$ 15,25 milhões e o segundo, US$ 18,4 milhões. Em busca de mais conforto, a companhia informou que, ambos os modelos, terão altura de 1,82 m no interior em toda a extensão da cabine. Além disso, os aviões virão equipados com um lavatório traseiro, que ocupa toda a largura da cabine.

Alguns desses jatos possuem cama king-size, como é o caso do Lineage 1000, avião da categoria ultralight que custa R$ 42,95 milhões. Outro lançamento recente, o Phenom 100, que é vendido por US$ 2,98 milhões, possui desenho da BMW Design Group. A idéia é que o usuário se sinta em um carro de luxo.

A OceanAir Taxi Aéreo, representante da canadense Bombardier diz que as vendas das suas três famílias de jatos estão aquecidas. "Todas as nossas vendas são para empresas brasileiras que operam fora do País", afirma o diretor comercial da divisão, José Eduardo Brandão.

A Vale é dona de um dos aviões vendidos pela empresa OceanAir no Brasil, o Global XRS. A mineradora utiliza a aeronave, principalmente, para viagens à Ásia e Austrália.

Como geralmente esses jatos são aviões que realizam viagens de longo alcance, Brandão cita que os compradores muitas vezes pedem entretenimento a bordo, que pode ser composto por um sistema de TV e comunicação completo; além de conforto, como camas e poltronas reclináveis, pois normalmente utilizam a noite para viajar.

A TAM Jatos Executivos representa a fabricante americana Cessna e tem jatos que custam entre US$ 2 milhões e US$ 19 milhões. Rui Aquino, gerente comercial da divisão, afirma que os três conceitos mais requeridos para a compra de um jato são autonomia, conforto e operação. Entre os jatos vendidos pela empresa, coloca o Mustang como diferencial.

"Seu custo operacional é baixo e, o preço, atrativo. Permitimos que o comprador dê apenas 20% de entrada, aproximadamente R$ 600 mil, e financiamos o restante em dez anos, o que dá aproximadamente R$ 38 mil por mês. Mas ainda assim, que particular ou empresa no Brasil pode pagar isso mensalmente?" A família Piquet, dona de um Citation 10 e um Mustang, vendidos por US$ 20,4 milhões e US$ 2,3 milhões, respectivamente, é um exemplo.

O piloto brasileiro Nelsinho Piquet é proprietário de um Citation Mustang

Fonte: Invertia

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